terça-feira, 18 de maio de 2010

Endometriose - Eu tenho!

Acometendo cerca de 10% das mulheres em todo o Mundo e diminuindo substancialmente sua qualidade de vida, uma vez que a dor pélvica é freqüente e muitas vezes incapacitante até para as tarefas mais simples, ela é considerada uma doença importante sendo inclusive objeto da realização de congressos mundiais. É a chamada doença da mulher moderna, que se vê obrigada a executar inúmeros papéis ao mesmo tempo, o que acarreta um significativo desgaste físico e espiritual.

Quem cuida de mulheres portadoras de endometriose se depara com pessoas cansadas, entristecidas, deprimidas e muitas vezes frágeis pela dor que enfrentam. Apresentam quadros dolorosos crônicos que muitas vezes se agudizam, e que praticamente não mais respondem a analgésicos comuns o que as obriga a procurar ajuda sistematicamente para terem suas dores atenuadas. São levadas por familiares, que não sabem mais o que fazer quando as vêem com tanta dor. Estas mulheres, que já consultaram médicos das mais diversas especialidades e até mesmo muitos ginecologistas, sem terem obtido o diagnóstico de sua enfermidade, sentem-se angustiadas e ansiosas para se verem livres das dores rotineiras. A remota possibilidade de pensarem que irão senti-las novamente as deixam absolutamente desesperadas. Há também as que se sentem sozinhas em sua longa peregrinação pelos consultórios, até porque seus familiares, quase sem esperança de vê-las curadas, muitas vezes se excluem das consultas. Muitas são consideradas pessoas que inventam sintomas e até de loucas algumas são chamadas sendo submetidas a tratamento psiquiátrico para resolver a dor que “aparentemente” não tem causa física.

É sabida a importância que os alimentos têm na gênese de uma série de distúrbios do corpo humano. A endometriose parece ser uma doença ligada ao sistema imunológico e tudo o que leva ao seu enfraquecimento piora a doença. Sabe-se que populações de cidades com altos níveis de poluentes atmosféricos tem maior incidência da doença. Estes poluentes poderiam ter o papel de inibir o sistema imunológico e/ou de estimular o desenvolvimento dos focos de endometriose através de um efeito similar ao do estrógeno. Desta forma, a alimentação deve ser balanceada para permitir um aporte de qualidade.

Por outro lado manter um hábito intestinal normal é imprescindível. A paciente que não evacua diariamente acaba retendo material fecal no intestino aumentando a absorção de toxinas, muitas delas imunossupressoras. Para tanto é importante a ingestão diária de alimentos com fibras e cereais diversos. Se por um lado a ingestão de proteínas é importante para manter o combustível para o sistema imunológico, por outro, algumas carnes contém hormônios femininos como o estradiol, o que pode ser um elemento de piora da endometriose. Logo, deve-se balancear a alimentação dando-se preferência aos alimentos vegetais não tratados com agrotóxicos que também são substâncias que diminuem a imunidade.

A mulher portadora de endometriose também deve evitar o ganho de peso. Por um lado é fator de piora para dores pélvicas e por outro é sabido que a gordura em excesso produz hormônios femininos, como a estrona (que é um estrógeno), a partir de hormônios masculinos. Desta forma pode-se ter uma piora da doença, com a manutenção de níveis elevados deste hormônio no sangue circulante.



As teorias mais modernas parecem mostrar que existem três tipos de endometriose que podem até ser três doenças diferentes:

Endometriose ovariana: caracterizada por cistos ovarianos que contêm sangue ou conteúdo de cor achocolatada.

Endometriose Peritoneal: onde os focos existem apenas no peritônio ou na parede pélvica.

Endometriose Profunda: Devido à proximidade entre o útero e o intestino, a endometriose pode invadir áreas adjacentes ao útero.

A principal característica dessa doença é a dor. Seu tratamento é difícil e, hoje, no Brasil, apenas poucos centros têm condição de fazer a cirurgia desse tipo de endometriose.

O fator determinante para o sucesso de todo tratamento é o diagnóstico precoce.
A falta de tratamento da doença pode levar à infertilidade. Já as causas ainda não são bem definidas. O método mais eficaz para identificar o problema é a biópsia feita durante a videolaparoscopia, que consiste na introdução de instrumentos cirúrgicos através de pequenos orifícios do abdômen. A incisão é feita abaixo do umbigo e a presença de uma microcâmera possibilita reconhecer a doença, seu estudo anatomopatológico e o grau de estágio, que varia de mínima a severa.
Em casos mais sérios, além da infertilidade, a doença pode causar a destruição de órgãos pélvicos, como bexiga e intestino. Neste caso, o problema necessita de cirurgias extremamente complexas, cujos resultados são ainda incertos

Em toda minha vida estive às voltas com sintomas, tratamentos e cirurgias dessa doença.
Posso me considerar vitoriosa por ter conseguido engravidar duas vezes e ter dois filhos lindos.
Aos 40 anos me submeti a uma Histerectomia.
Até agora, não foi descoberta nenhuma cura definitiva para a endometriose.
Hoje encontro-me com suspeita de novo foco da doença.
Vou iniciar nova bateria de exames.
Esse post é um alerta para todas as mulheres que apresentam os sintomas descritos e ainda não têm um diagnóstico preciso.

Fontes:
http://www.endometriose.com.br/
http://www.gineco.com.br/endometriose
http://elisabetecunha2008.wordpress.com/2009/10/18/o-que-e-endometriose/

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